Business
Consultoria eleva estimativa de produção de milho e soja da safra 24/25

A Datagro Grãos aumentou a estimativa de produção de milho da safra 2024/25 no Brasil de 132,7 para 134 milhões de toneladas. Assim, o levantamento de junho mostra avanço de 10% em relação ao colhido na temporada passada, que somou 122 milhões de toneladas.
De acordo com a consultoria, a safra de verão recém-colhida está estimada em 25,4 milhões de toneladas, avanço de 2,8% em relação ao registrado no cicli anterior (24,7), mesmo com uma redução de 6% da área plantada.
Milho safrinha 2025
Já o milho safrinha, atualmente responsável por 81% da produção nacional, está projetado em 108,5 milhões de toneladas, 11% superior às 97,3 milhões de toneladas colhidas em 2023/24. No levantamento da consultoria, o número se aproxima do recorde histórico de 108,6 milhões de toneladas registrado em 2022/23.
A produtividade média foi ajustada para cima, de 5.957 kg/ha para 5.986 kg/ha, o maior rendimento já observado para lavouras de inverno no Brasil — 7% acima do obtido em 2023/24.
Apesar da colheita volumosa, a consultoria projeta um déficit no mercado brasileiro de milho (produção – consumo) de 1,2 milhão de toneladas, o quinto consecutivo, embora menos severo que o registrado em 2023/24, quando o número foi de 5,2 milhões de toneladas.
Produção de soja
No caso da safra 2024/25 de soja, a Datagro Grãos elevou a sua estimava de produção de 172 para 173,5 milhões de toneladas (+0,8%), avanço de 12% sobre a temporada 2023/24, marcada por severas perdas em várias regiões do país.
A área plantada com a oleaginosa é avaliada em 48 milhões de hectares nesta safra, 4% acima dos 46,2 milhões de hectares do ciclo anterior. Espera-se, também, melhora de 8% no rendimento médio, que chega a 3.614 kg/ha.
Para a Datagro, é esperado que a produção brasileira supere a demanda total por soja em apenas cerca de 0,1 milhão de tonelada, dado recorde de demanda interna e externa pelo grão. Assim, a expectativa é que seja o primeiro superávit após cinco anos consecutivos de déficit.
Business
Ibrafe e USDBC alinham e cooperação internacional em prol dos feijões

Na última semana, acompanhei no interior do Paraná a visita do United States Dry Bean Council (USDBC), o conselho americano que há décadas promove o consumo de feijões nos Estados Unidos e no mundo. Vieram avaliar nossa safra de feijão-preto — um dos destaques das exportações brasileiras — e trouxeram algo ainda mais valioso: disposição para compartilhar conhecimento, ideias e experiências.
O USDBC é um exemplo global de estratégia bem-sucedida de promoção. Nos EUA, eles não apenas fortalecem as exportações, mas também estimulam o consumo interno com campanhas educativas, divulgação de receitas, informações nutricionais e parcerias locais, incluindo escolas. Trabalham lado a lado com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e governos estrangeiros para abrir mercados, organizar eventos e compartilhar conhecimento técnico. É uma política de longo prazo que valoriza o produto, gera renda para produtores e torna o Feijão um alimento presente na mesa das famílias americanas.
Esse contraste entre a abordagem americana e nossa realidade salta aos olhos. Historicamente, o agro brasileiro foi marcado pelo individualismo: cada produtor vendo o outro mais como concorrente do que como parceiro. Essa “velha escola” ainda predomina em muitos segmentos, dificultando avanços em inovação, acesso a mercados e até mesmo na adoção de práticas que poderiam beneficiar toda a cadeia produtiva.
A visita do USDBC mostrou outro caminho, mais moderno e colaborativo. Mesmo com o Brasil deixando de ser possível importador e passando a ser exportador de feijões, a entidade americana entende que há muito espaço para troca de ideias e franca colaboração.
No âmbito internacional há muito para colaborar. Se somarmos esforços em aumentar o consumo mundial ambos os países sairão ganhando.
Durante a visita, os americanos compartilharam experiências sobre campanhas educativas em escolas, que ajudam a formar o hábito do consumo de feijões desde a infância. Isso é especialmente relevante para o Brasil, que já tem um programa que teoricamente prevê o consumo de feijão e arroz nas escolas, mas carece de despertar o orgulho das crianças em consumir o feijão, criando paixão.
Por que não avançar mais? Integrar campanhas educativas, valorizar a produção local e fortalecer o vínculo entre campo e cidade pode gerar resultados sociais e econômicos relevantes. Ao aproximar produtores e consumidores, especialmente em políticas públicas de alimentação escolar, podemos criar um ciclo virtuoso que valoriza o feijão brasileiro, gera renda para agricultores familiares e melhora a segurança alimentar.
Em 2025, o Brasil esta colhendo uma safra recorde de feijão-preto e precisa ampliar suas exportações. Mas para transformar esse bom momento em estratégia de longo prazo, será necessário adotar ações coletivas para lidar com excedentes, volatilidade de preços e abertura de novos mercados. Cooperar é essencial para agregar valor, ganhar escala e conquistar novos consumidores.
Essa mudança de mentalidade exige investimento em educação. Não apenas técnica, mas também em habilidades consideradas secundárias por muito tempo: comunicação, confiança, trabalho em equipe. É preciso desmistificar o medo de compartilhar informações, mostrar as vantagens do cooperativismo e inspirar novas lideranças capazes de articular interesses coletivos.
A visita do USDBC ao Paraná foi mais do que um evento técnico ou comercial. Foi um marco simbólico dessa transição entre dois modelos. Mostrou, de forma prática, que abrir as portas para o diálogo e o intercâmbio de ideias pode acelerar a adoção de estratégias mais inovadoras no Brasil. Não se trata de copiar modelos, mas de aprender com quem já percorreu esse caminho para adaptá-lo à nossa realidade.
O futuro do agro brasileiro depende dessa capacidade de colaboração. Precisamos enxergar o potencial transformador da soma de esforços, seja para enfrentar a volatilidade dos preços, abrir novos mercados ou educar os consumidores sobre o valor nutricional e cultural do feijão. Só assim vamos consolidar nossa posição de liderança não apenas na produção, mas também na promoção do consumo e na inovação do mercado global de feijões.
*Marcelo Lüders é presidente do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), e atua na promoção do feijão brasileiro no mercado interno e internacional
O Canal Rural não se responsabiliza pelas opiniões e conceitos emitidos nos textos desta sessão, sendo os conteúdos de inteira responsabilidade de seus autores. A empresa se reserva o direito de fazer ajustes no texto para adequação às normas de publicação.
Business
federação quer que governo do RS use taxa do setor para apoiar comercialização

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) solicitou ao governador do estado, Eduardo Leite, a utilização dos recursos arrecadados pela Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO) para viabilizar o escoamento da produção de arroz a mercados consumidores.
A proposta é a de utilziar os valores pagos pelos próprios produtores como instrumento emergencial. O objetivo é o de apoiar a comercialização em meio à crise de liquidez enfrentada pelo setor.
A CDO é uma taxa obrigatória recolhida dos produtores de arroz no Rio Grande do Sul. A destinação é financiar atividades de pesquisa e desenvolvimento conduzidas pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). O cálculo do valor se baseia em um percentual sobre o valor da Unidade Padrão Fiscal do Estado (UPF-RS) por saca de 50 quilos de arroz em casca.
O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, afirma que o setor enfrenta um cenário crítico, com preços abaixo dos custos de produção e restrição de liquidez. “Estamos buscando alternativas para minimizar o impacto dessa conjuntura e apoiar os orizicultores. A taxa CDO é oriunda do próprio setor e, portanto, deve ser revertida em benefício direto ao produtor”, defende.
Cenário do mercado de arroz
A Federarroz aponta a não utilização de boa parte dos valores arrecadados pela CDO, tanto por falta de projetos como por limitações operacionais. A entidade entende que, diante do que classifica como colapso do mercado de arroz, é essencial esses recursos para apoiar os mecanismos de comercialização e escoamento da produção.
“Solicitamos a adoção dos meios legais cabíveis para que o recurso, que já pertence ao setor, seja empregado em ações concretas de escoamento da produção para os mercados consumidores. Essa medida é urgente diante do cenário de preços aviltados e da absoluta ausência de liquidez comercial, que coloca todos os produtores do Estado em situação de prejuízo e ameaça a continuidade da atividade”, diz Velho.
Dessa forma, a Federarroz alerta que, sem a adoção de medidas imediatas, o setor corre o risco de que produtores abandonem a atividade. Esse cenário agravaria ainda mais a situação econômica e social do Rio Grande do Sul.
*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo
Business
produtor colheu 5 sacas a mais de soja mesmo com seca

O mercado de fertilizantes especiais, considerados mais eficientes que os comuns, cresceu 19% em 2024 no Brasil.
Os tratamentos à base de selênio e xisto, por exemplo, ajudam a reter superior quantidade de água no solo, tornando as plantas mais resistentes aos extremos de temperatura. O resultado: mais produtividade e rentabilidade ao produtor.
O CEO da Unity Agro, Leori Hermann, ressalta que esse segmento já vem ganhando corpo nos últimos 20 anos. “O mercado vem em uma crescente de 20% a 30% ao ano em faturamento, o que é bastante expressivo devido à necessidade de melhorar a eficiência do fertilizante porque o produtor precisa colocar o produto certo na hora certa.”
O produtor rural Rogério Faedo, que cultiva soja na Bahia, é testemunha da eficiência desses produtos. “Para mim, realmente teve resultado porque eu peguei uma estiagem de 30 dias e onde eu apliquei o selênio deu um resultado de cinco a seis sacas a mais [por hectare].”
A inauguração da fábrica da Unity Agro em Almirante Tamandaré, no Paraná, 100% dedicada à produção de fertilizantes funcionais, consolida essa nova era da nutrição vegetal no Brasil. A aposta é fazer frente a um dos maiores desafios da agricultura moderna: o estresse climático.
- Politica22 horas ago
Emanuel é convocado pela CPI do Estacionamento Rotativo para explicar contrato de R$ 650 milhões
- Sustentabilidade21 horas ago
saiba os preços da soja na última sexta-feira do mês
- Business24 horas ago
Cresce a produção de proteínas no Brasil, mas setor agropecuário vê cenário instável
- Business23 horas ago
Contrato do algodão para dezembro volta a se recuperar após atingir mínima
- Featured20 horas ago
MT está entre os 5 estados que mais ganharam moradores, aponta IBGE I MT
- Business22 horas ago
Colheita de milho segue atrasada e algodão engatinha em Mato Grosso
- Business22 horas ago
Produtor deve redobrar os cuidados diante da previsão de ciclone, ventos e deslizamentos
- Politica21 horas ago
Deputada Gisela debate segurança alimentar ao falar da cadeia produtiva da carne